No Campeonato Nacional de 62/63, o Belenenses obteve um 4º lugar. A primeira volta foi má, a segunda foi excelente. Deste modo, foi com naturalidade que tivemos dois futebolistas nossos no Onze Nacional, nesta vitória histórica (lembre-se que o Brasil ganhara os dois Campeonatos do Mundo anteriores), em jogo disputado no Jamor.

Yaúca esteve bem, fazendo o cruzamento de que nasceu o golo apontado por José Augusto. No entanto, a figura do jogo foi Vicente, que pura e simplesmente “secou” o Rei Pelé – e deste granjeou, para sempre, verdadeira admiração.


Na edição do jornal A Bola do dia seguinte, podia ler-se: “Sessenta mil pessoas viram, com os seus próprios olhos, como Vicente conseguiu transformar um ‘rei’ num ´plebeu’, converter um ‘fenómeno’ num jogador vulgar, impedir que Pelé fizesse pingar, ao menos uma vez, sobre o relvado do Jamor, um fio de luz do seu decantado (e real) génio futebolístico. (…) foi isso mesmo que aconteceu: Pelé não lhe ganhou uma única jogada. (…) Outros têm procedido de outra forma e foram esmagados. Ele procedeu assim e esmagou Pelé”. Por sua vez, Ricardo Ornelas escrevia no Diário Popular: “Vicente, em atenção em Pelé, confirmou as suas duas exibições anteriores com impressionante naturalidade, tão bem ele entrou em acção em oposição ao famoso jogador. (…) Haverá pela Europa tantos Vicentes?”.

Em resumo, dois jogadores azuis presentes e fundamentais no que, na altura, foi considerado o maior feito de sempre do futebol português.