O Onze do Centenário
Quando, no decorrer das comemorações do Centenário do Clube, lançámos o desafio aos sócios e simpatizantes para escolherem o melhor onze destes 100 anos, estávamos cientes de que a iniciativa seria recebida com agrado por todos, mas o número de participações excedeu as expectativas.
O objectivo era escolher, não os 11, mas, os 22 melhores jogadores de futebol da nossa longa e bonita história: o melhor onze dos primeiros 50 anos, do período compreendido entre 1919 e 1968, e o melhor onze dos segundos 50 anos, entre 1969 e 2019. E, com base na escolha d’ Os Belenenses, apresentarmos no final não só as melhores equipas desses anos, como também a melhor do centenário.
Assim, com base nas mais de mil respostas que recebemos, apresentamos os jogadores que mais votos receberam dos sócios e participantes, com dois onzes dos períodos compreendidos entre a fundação e 1968, e um outro entre 1969 e 2019.
Onze do Centenário (1969-2019)
Defesas
José António (1983/91)
O eterno capitão, vencedor da última Taça de Portugal em 1989 e com vários jogos europeus. Realizou 185 Jogos e 3 golos. Esteve presente no Mundial de 1986. Foi 3 vezes Internacional A.
Luís Sobrinho (1985/89)
Vencedor da Taça de Portugal 1989, incontornável companheiro de José António. Realizou pelo CFB um total de 143 jogos e marcou 2 golos. Marcou presença no Mundial de 1986. Foi 5 vezes Internacional A
Zé Mário (1987/90)
Bastaram 3 épocas de Azul para conquistar os Adeptos Belenenses. Este defesa esquerdo marcou 10 golos, nos 112 jogos que fez no CFB, sendo indiscutivelmente um dos melhores laterais esquerdos que passaram pelo Belenenses e pelo futebol português.
Médios
Jaime das Mercês (1983/92)
Em 9 épocas contabilizou 213 Jogos e 21 golos, com participação na 1ª subida de divisão e na Taça de Portugal de 1989. Era um médio direito de grande categoria. Foi 9 vezes Internacional A.
Juanico (1986/91)
Em 5 épocas no Clube, fez 143 jogos e 12 golos. O golo mais importante, um “pontapé canhão” a 30 metros da baliza, fez história na final da Taça de Portugal de 28 de maio de 1989 ao dar-nos a vitória por 2-1. Foi 1 vez Internacional A.
Avançados
Paco Gonzalez (1972/81)
Um paraguaio fantástico, com um pé esquerdo de fazer levantar bancadas. Rápido e de grande capacidade técnica, era muito forte nas bolas paradas e deixou grande marca no CFB, onde em 7 épocas somou 67 golos em 161 jogos. Foi Vice-Campeão Nacional em 1973, ano em que integrou aquela que foi considerada a melhor ala esquerda da Europa: João Cardoso, Godinho e Gonzalez.
Mladenov (1986/89)
O craque dos anos 80 do Belenenses, vindo diretamente da seleção búlgara após o Mundial de 1986. Realizou 3 épocas de alto nível. Jogou pelo Clube nas competições europeias, conquistou um 3º lugar no campeonato e participou na Taça de Portugal de 1989. Deixou profunda marca no CFB onde realizou 98 jogos e marcou 34 golos. Internacional A pela Bulgária em 59 ocasiões, onde apontou 15 golos.
Onze do Centenário (1919-1968)
Defesas
Feliciano (1940/54)
Fez 308 jogos pelo CFB e 26 golos, foi com Capela e Vasco, uma das três Torres de Belém. Campeão nacional 1946 e vencedor da Taça de Portugal de 1942. Foi 14 vezes Internacional A.
Serafim das Neves (1940/55)
Esteve 14 anos no Clube, fez 229 jogos e marcou 2 golos, sendo Campeão de Portugal em 1933. Grande referência da defesa do Clube durante mais de uma década. Foi 10 vezes Internacional A.
Vicente Lucas (1954/67)
A lenda viva! Venceu a Taça de Portugal em 1960 e “secou” o rei Pelé em várias ocasiões, incluindo no Mundial de 1966, onde participou em 4 jogos da Fase Final. Fez 297 jogos e 12 golos pelo Clube. Foi 20 vezes Internacional A.
Médios
Artur José Pereira (1919/22)
O Mestre: Em 1945 quando se tentou saber quem seria o melhor jogador português até então, o “craque dos craques”, o especialista Cândido Oliveira não teve dúvida em afirmar que esse jogador só podia ser Artur José Pereira, o genial artista de Belém que para sempre se considerou belenense.
Mariano Amaro (1934/48)
O capitão da equipa campeã nacional de 1946, contabilizou 289 jogos e marcou 9 golos com a Cruz de Cristo. Vencedor da Taça de Portugal 1942. Ficou conhecido como o “Einstein da bola”. Foi 19 vezes Internacional A e Capitão da Seleção.
Avançados
José Manuel Soares “Pepe” (1925-31)
O mítico Pepe foi o grande obreiro dos primeiros títulos conquistados pelo CFB, tendo sido herói do Clube e da seleção. Representou Portugal nos Jogos Olímpicos de 1928. Campeão de Portugal em 1929. Foi 14 vezes Internacional A e marcou 7 golos.
Matateu (1951/64)
De longe o melhor marcador do clube, com 220 golos, em 280 jogos, durante 13 épocas, nas quais ganhou o epíteto de 8ª Maravilha do Mundo. Dele dizia o “L`Équipe”: ” Joga futebol como se estivesse a dançar ballet, tal a facilidade com que serpenteia por entre os adversários. No seu futebol não há maldade, só pureza”. Foi 2 vezes o melhor marcador do Campeonato em 1953 e 1955. Foi 27 vezes Internacional A e marcou 13 golos.
Treinador
Augusto Silva (1937/42/45/46/50/52)
O treinador vencedor do campeonato nacional de 1946. Foi o primeiro treinador português a conseguir tal feito. Venceu ainda 3 Campeonatos de Portugal e 6 Campeonatos de Lisboa contribuindo para a afirmação do CF osBelenenses como uma das potências do futebol nacional.