OUTRAS TEMÁTICAS

Qual a adesão dos sócios a quota extra e o montante recebido pelo Belenenses?
Aderiram cerca de 300 associados e o valor dos contributos até agora foi um pouco superior a 30.000€ no que se traduziu numa boa ajuda para as necessidades de investimento nas intervenções de melhoria das infraestruturas do Estádio. Aproveito para agradecer ao senhores associados que contribuíram, alguns com muito esforço. Temos a lista e o Clube fica-lhes muito grato.

Para quando irá ser marcada uma assembleia geral, de modo a debater orçamentos, contas e outros assuntos?
Teremos a Assembleia Geral para Discussão e Votação do Orçamento 2023/24 no próximo dia 6 de novembro de 2023. De seguida, em data a anunciar muito brevemente pelo senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Dr. Henrique Abecasis, será convocada outra Assembleia Geral para Apresentação, discussão e votação do Relatório e Contas relativo ao exercício do período de 2022/23.

O clube tem atualmente 12000 sócios. No entanto gostaria de saber, quantos têm direito de voto, e quantos entraram com a subida do futebol à Liga 2. Segundo li somente 800 têm lugar cativo, será uma informação correcta? Não posso acreditar que a ser verdade, o número de cativos não chega aos 10% do número de associados. Tenho que lhe agradecer todo o seu trabalho feito para trazer o futebol até este patamar, no entanto não concordo com a gestão actual, a lutarmos em diversas frentes, sem a competividade da tradição do clube. É desmoralizante resultados por vezes tão negativos, que em nada ajudam a cativar a juventude para aderir ao clube. Mas os sócios optaram por esta solução, resta-me respeitar e discordar. Desculpe o tempo que lhe estou a roubar, mas também gostaria de lhe dizer que não gosto da cota complementar. Bem sei que foi uma proposta dos sócios aprovada em AG. Mas mal comparado faz-me lembrar a corveta que se comprou na altura do ultimatum no sec XIX, em que um país pequenino quis fazer frente à grande potência da época, com o ridiculo do patriótico peditório. Não é do seu tempo, mas lembro-me dos mealheiros na altura da construção do estádio e dos azulejos do pavilhão. São campanhas perdidas. Outra questão que não gostei foi do bilhete de 1 euro para os menores. Quando era jovem os menores não pagavam e havia muitos a pedirem para entrar na companhia de um sócio. Bem, quanto ao Bruno Paixão, considero um enorme disparate, mas provavelmente será de solução fácil. Saudações azuis.
Na última vez que o Belenenses esteve na I Liga foram vendidos 1000 lugares de época e no ano em que foi à Liga Europa foram vendidos 1100 desses lugares de acordo com as informações que recebemos então da SAD; o ano passado, na Liga 3 foram vendidos 750 lugares de época e este ano de 23/24 até ao momento foram de facto vendidos 850 bilhetes de época. Esperávamos mais e continuaremos a trabalhar para que este número seja aumentado.
Atualmente têm direito de voto, assegurando a regularização de quotas, 4931 sócios. Neste aspecto devo recordar que na minha primeira candidatura em Outubro de 2014 tinham direito a voto 2550 associados. Existe portanto um incremento de 93% desde essa altura.
Desde o passado mês de maio de 2023 (mês da subida) filiaram-se 760 novos sócios que neste momento ainda não têm direito a voto.
Sobre discordar da política atual em que o Clube mantém o ecletismo é uma opinião que temos que respeitar. Como lhe disse não é o único sócio que se me dirige a dizer que o Belenenses deveria ter apenas futebol e deixar de ter modalidades ou manter apenas uma. Como já disse acima acredito que é possível encontrar-se uma fórmula que permita o Clube continuar a ter as suas modalidades porventura não da forma que hoje conhecemos. É uma discussão e reflexão que vamos ter que ter na nossa casa, mais dia, menos dia.

Exmo. Senhor Presidente
Tenho a certeza, que uma grande maioria, se não a totalidade dos sócios, estamos-lhe gratos pelo trabalho desenvolvido ao longo dos seus mandatos. E continuamos a confiar no Presidente, para darmos a volta por cima. Entretanto, aproveito para lhe transmitir que nunca fui um grande entusiasta, no capítulo da requalificação do Complexo do Restelo. Tirando o caso do Lidl, posso estar enganado, mas continuo com muitas dúvidas, que os montantes das eventuais rendas, sejam valores significativos, para alterar a matriz do Belenenses que é a de estar sempre a viver na corda bamba.
Mas objectivamente a minha mensagem é a seguinte:
Não tem nada de novo, é uma discussão muito antiga e já suficientemente esgotada a das modalidades chamadas amadoras. Já fomos o 4o grande, mas se no presente não cuidarmos essencialmente de valorizarmos o Futebol profissional e a formação, arriscamo-nos a ser o 4o grande da freguesia de Belém.
Senhor Presidente, uma SDUQ é gerir o futebol, como no antigamente, com as receitas provenientes do clube, acrescido das receitas de publicidade e eventualmente da TV. Compreende-se a opção SDUQ, mas SDUQ a somar à panóplia existente de modalidades, ditas amadoras, como atualmente o clube apresenta, tenho grandes dúvidas que haja dinheiro para tanta “fruta”.
Se queremos ter uma equipa de futebol competitiva, as modalidades amadoras tem que seguir por outro caminho. Caso contrario, não há resultados, nem no Futebol, nem nas amadoras
O que vai haver, são sacos de dívidas.
Gostaria de estar enganado na minha avaliação. O senhor Presidente tem outro entendimento?
Concordo que o Clube tem que ser repensado e por isso falo na necessidade de se encontrar um novo modelo de financiamento. Este ano, como já disse, a SDUQ está a funcionar com um orçamento garantido apenas pelas suas receitas próprias, não estando o Clube a injectar um único cêntimo na sociedade desportiva. No modelo que defendo continuará a haver espaço para as modalidades, nomeadamente as de pavilhão, mas o seu modelo de organização e financiamento também terão que ser repensados e alterados para haver maior eficiência das receitas do Clube.

Aquando da participação na Liga Europa, ficou célebre um adepto italiano do Belenenses, que tinha conhecido o nosso Clube quando fez Erasmus em Lisboa. No mesmo ano, uma ação no jogo contra a Fiorentina foi bastante bem sucedida, atraindo ao estádio do Restelo milhares de estudantes. Não poderiam estes ser um público-alvo para aumentar as assistências, particularmente tendo em conta a proximidade ao Pólo Universitário da Ajuda e o facto de cada vez mais Lisboa ser uma cidade de eleição para os estudantes estrangeiros?
Agradecemos a sugestão. Para além da captação de sócios que se possam juntar ao apoio da nossa equipa de futebol, pode ser uma oportunidade de captação de atletas para as nossas modalidades.

Estaria o clube disponível ou em que condições, para fazer uma parceria com uma consultora da área da tecnologia de informação de forma a criar uma App do Belenenses que permita aos sócios puder comprar bilhetes ou artigos online? De modo a facilitar os sócios e simpatizantes a comprar os bilhetes sem ter de se deslocar ao estádio como foi o caso por exemplo para a final da Liga 3 no Jamor.
Temos uma equipa liderada pelo Vice Presidente Manuel Rosas a trabalhar para ainda esta época podermos implementar uma plataforma para os sócios online que permitirá a aquisição de bilhetes – através do site do Clube e numa App.

Porque todos os anos os equipamentos alternativos são iguais ao equipamento principal mas com outras cores que também são sempre branco e outro tom de azul? Será que se inovassem no equipamento secundário e fizessem algo diferente como fazem todos os outros grandes clubes internacionais (Barcelona, City, etc) o número de vendas não iria aumentar?
Não há números que permitam dizê-lo e a camisola alternativa azul clara vende sempre muito bem. A camisola azul e a branca estão previstas nos estatutos. O Belenenses não fecha as portas a nada, e pontualmente pode ter iniciativas diferenciadoras, mas a tradição tem demonstrado ser importante para os seus sócios. Ainda assim temos programado na época de 2024/25 termos um terceiro equipamento diferente dos dois determinados pelos Estatutos.

Qual a situação do bingo e que papel poderá ter no futuro do clube?
A exploração do Bingo está entregue a um concessionário a empresa Belbingo, que o Clube integra com uma participação de 33,3%. Neste momento, a responsabilidade pela operação e manutenção da sala, recursos humanos e arrendamento recai sobre o concessionário. Estão a ser estudadas hipóteses pelo concessionário e pela Associação Portuguesa de Bingos para uma maior dinamização das salas de jogo de Bingo para que as receitas possam sofrer um incremento.

Como irá o clube voltar a ser o quarto grande, cumprindo a promessa de 2014?
O Belenenses nunca deixou de ser o quarto grande do desporto e do futebol português. O que digo é que no dia em que chegarmos de novo à I Liga, depois deste caminho fantástico de honra e dignidade, mais do que nunca vamos merecer ser considerados um dos quatro grandes.
Nos últimos anos e especialmente depois de 2018, com todas as batalhas que ganhámos em nome do nosso Clube, quer desportivas, quer judiciais, acho que já não fizemos pouco para cumprir essa promessa, mas garanto que não vamos ficar por aqui. Queremos mais, muito mais.

Que estratégia tem para angariar novos sócios?
A estratégia da Direção para captação de novos sócios para este mandato tem 3 eixos:

  • Dinamização da marca do Clube através dos canais institucionais, redes sociais e através da nova plataforma de gestão de sócios que permitirão recuperar de modo individual sócios que estão temporariamente afastados.
  • Parcerias com empresas que tragam vantagens aos sócios complementando o associativismo.
  • Campanhas de sócios em eventos específicos (jogos de futebol, festas e aniversários do Clube, por exemplo).

Onde acha que pode encontrar outras receitas que não apenas extraordinárias?
O Clube tem investido no sentido de aumentar as suas receitas ordinárias, são exemplo disso os contratos coma Lidl, BSL, renegociações com a BP e a REPSOL, novos arrendamentos e cedências de instalações com periodicidade fixa. Trabalha também para aumentar a quotização dos sócios. E depois continua a trabalhar arduamente para encontrar e fabricar receitas extraordinárias sempre com o objetivo de conseguir transformar algumas dessas em periódicas.

Sendo o clube uma associação desportiva e cultural, não seria interessante apostar nesta segunda vertente para angariar novos adeptos? Criando mesmo um departamento dentro do clube que faça a gestão deste dossier?
Sobre a possibilidade de desenvolvermos atividades de índole cultural estamos receptivos a receber ajudas para explorarmos essa vertente.

Sendo a filiação clubística, maioritariamente, proveniente da ligação familiar, não seria interessante desenvolver um projeto social dentro do clube com jovens onde essa ligação não exista, ocupando o clube esse lugar. Talvez com parcerias com associações que trabalhem com esses jovens. Poderia ser uma forma de angariar futuros adeptos?
O Clube tem ligações com diversas associações de índole social com quem mantém contactos institucionais no sentido de apoiar e integrar jovens através da prática desportiva (Casa Pia, Inst. Jacob, etc) . Acreditamos que assim através do nosso desígnio estatutário estamos a cumprir socialmente o nosso papel.

Num dos pontos da lista de compromissos eleitorais para este mandato é assumido o objetivo de “promover uma política de preços que beneficie a fidelização dos sócios”. Atualmente o clube tem a quota de sócio mais elevada da 2a Liga e uma das políticas de preços de bilheteira mais caras da competição. Com um contexto socioeconómico difícil e que tende a afastar as pessoas das bancadas e do associativismo, quais as políticas que vamos colocar em curso de forma a dar a volta a estes desafios?
As assistências dos jogos de futebol, quer no âmbito do associativismo, quer nas sociedades desportivas, são de facto um enorme desafio para o Belenenses e para a comunidade desportiva em geral. As despesas são crescentes e os proveitos correntes não seguem em linha. Não percecionamos, contudo, que esteja diretamente relacionado com o custo do associado ou do espectador. A política de preços dos jogos de futebol profissional do Clube não estão afastados da realidade da Liga 2 – o custo do bilhete de sócio de 5 euros está totalmente em linha e o preço de passe de época está provavelmente abaixo, pois num universo de 14 Clubes que divulgam esta informação, a média do custo de lugar de bancada é de 96 euros o que se enquadra com os 90 euros que praticamos.
Quanto ao custo da quota (contribuinte adulto) esta média é de 6 euros e no Belenenses de 8,5 euros, todavia parece-nos que a eclética oferta desportiva que o nosso Clube oferece não tem qualquer tipo de comparação ou paralelo com a maioria do Clubes da Liga 2.

Há cerca de um ano foi publicado um anúncio de recrutamento de voluntários para a Fábrica Azul. Desde então não foi dado mais conhecimento sobre os frutos deste projeto inovador e que pedia o envolvimento dos sócios. Qual é o ponto de situação deste projeto? Quantos sócios estão a participar no mesmo? Quando serão divulgados os primeiros frutos deste trabalho?
Este projeto está a ser acompanhado por um ex Vice Presidente, o Prof. Rui Cruz, estando neste momento a ser consolidados os contributos recebidos. Logo que este trabalho seja concluído, serão divulgados os resultados. A adesão dos sócios foi, no entanto, muito mais baixa do que o esperado.

Na última AG foi dada a conhecer a existência de conversações iniciais com a Netflix no sentido de produzirem um documentário sobre a caminhada do Belenenses rumo aos campeonatos profissionais. Houve algum avanço nesse sentido?
As abordagens foram feitas, houve desenvolvimentos e há muito material em arquivo. Confesso que não é tema que ande no topo das nossas prioridades mas havemos com certeza de voltar a olhar para ele com a importância que merece. Somos muito procurados, entretanto, por muitas cadeias de televisão, algumas independentes e regra geral estrangeiras, que têm feito programas sobre as nossas cinco subidas e as nossas vitórias no plano judicial e social.

Obrigado aos sócios que nos colocaram as suas questões:
Alberto Dores Monteiro, Alberto Luzio, António Teixeira Pinheiro, Artur Machado Duarte, Bruno Pires, Bernardo Barreto, Bernardo Mendes, Diogo Barrote, Fernando Dias, Fernando Nunes, Fernando Ribeiro Fernandes, Gonçalo Marques, Gonçalo Pina, Gonçalo Rua, Hugo Barreiros, João Barbosa, João Cabral, João Ribeiro de Almeida, João Ferreira da Silva, José Emídio, José Luís Magrinho, José Pinto, Manuel Miguel, Marcelino Lima Rodrigues, Pedro Emídio, Pedro Miguel Silva, Pedro Silva, Ricardo Tavares, Rui Cruz, Rui Rodrigues, Rui Sousa, Tiago Pacheco e Tiago Pereira.


ÍNDICE

1. Futebol, Equipa B, Liga Revelação, centro de estágio, centralização dos direitos televisivos, estrutura da SDUQ e relação SDUQ/Clube
2. Futebol de Formação (Sub-15 a Sub-19), Futebol Infantil (até Sub-14) e relvados sintéticos do Restelo
3. Organização de jogos, Passe 1919, política de bilheteira, marketing e sócios
4. Modalidades
5. Requalificação do Complexo do Restelo, Instalações e Alugueres
6. Marketing / Comunicação
7. Fúria Azul, Grupo da Grade, nova legislação e a posição do Clube
8. Outras temáticas

// Descarregue aqui a totalidade da entrevista em formato PDF.