Caros consócios e adeptos do Clube de Futebol “Os Belenenses”,

Se o ano de 2019 foi um ano de forte afirmação do nome Belenenses no Mundo, ano em que cumprimos o nosso Centenário e em que a luta que travamos pela nossa identidade teve repercussão à escala global, fazendo com que não haja já quem desconheça a história do Belenenses;

já o ano de 2020, que agora termina, foi terrível, devastador e deixará sequelas de difícil reparação no país, em cada um de nós, nas nossas famílias, nas nossas empresas, no nosso quotidiano e, inevitavelmente, também na nossa centenária Instituição.

Aprendemos em 2020 que o imprevisível existe. Quem poderia prever há um ano atrás que iria cair sobre todos nós uma catástrofe global desta dimensão?

Tem sido penoso não termos a presença dos nossos adeptos nas bancadas, nos jogos das modalidades e no futebol. Pela falta da receita gerada na bilheteira, nos bilhetes de época, pelo muito menor número de vendas na loja Azul, mas principalmente pela falta do nosso fantástico 12º jogador. Tem sido, ainda assim, incrível, comovente e arrepiante o apoio que alguns sócios continuam a dar especialmente à equipa de futebol sénior, marcando presença em condições surreais nos jogos no Restelo e fora de casa, mesmo sabendo que lhes é vedada a entrada nos recintos onde jogamos.

Nos jogos fora onde jogou o Belenenses, em todos os campos do Distrital da AF Lisboa houve em 2018 e 2019 autênticas romarias de adeptos com a Cruz de Cristo ao peito e, essa vida, esse movimento, esse ruído, esse apoio, esse tal 12º jogador tem-nos feito muita, mas mesmo muita falta e só posso desejar que 2021 nos traga rapidamente e em força o regresso dos adeptos ao Restelo e a todos os outros campos.

No Belenenses temos procurado responder da melhor maneira possível às várias contingências ditadas pela pandemia, com bom senso e equilíbrio, mesmo perante sucessivos imprevistos e lutando contra o terrível impacto económico e social.

Ainda assim, o que é certo é que nos clubes não profissionais, como é de momento o nosso caso, os buracos orçamentais causados pela drástica diminuição de receitas são potencialmente insuportáveis e deixam os clubes desesperados por encontrar uma saída e soluções compatíveis com a diminuição de rendimentos e de actividade.

Existem no Desporto e nos Clubes, de norte a sul do país, danos irreparáveis que perdurarão durante muitos anos, causados pelos efeitos da pandemia, designadamente nos jovens atletas das várias modalidades.

E neste particular, quero deixar uma palavra aos pais e mães que aguardam que os filhos retomem a actividade desportiva; e aos seus filhos, para que não desistam. O Desporto é essencial para a formação dos homens e mulheres do futuro, por todos os valores que nos aporta, pelos bons hábitos, espírito de grupo e pela saúde que promove.

Nesta senda, parece-me verdadeiramente inadmissível que o Governo termine o ano de 2020 sem dedicar uma única palavra ao Desporto, consequência de ter um Secretário de Estado do Desporto inexistente do ponto de vista político, totalmente incapaz de fazer uma defesa condigna da área que tutela.

Ao contrário, nesta matéria como noutras, tem andado muito bem a FPF e o seu Presidente com uma série de iniciativas de louvar na sociedade civil e outras com impacto directo nos clubes, em que a doação dos prémios da qualificação para o Euro a reverterem para o futebol amador é apenas um exemplo.

Mesmo abandonadas à sua sorte pelo poder político, as várias federações com as quais o Belenenses trabalha e a Associação de Futebol de Lisboa tudo têm feito, também, para mitigar os danos que o Desporto, enquanto pilar da sociedade, tem vindo a sofrer por causa deste vírus que nos mudou a vida.

Gosto de ser optimista mesmo nos momentos de adversidade severa e por isso não vale a pena perder muito mais tempo a descrever como foi 2020 para a maioria de nós e para o nosso clube, importando antes responder à questão de como se pode ver luz no meio de tanta escuridão.

A história do Belenenses nunca foi feita de facilidades e ao fim de 101 anos cá estamos para a contar. Continuaremos.

A resposta passará por sermos firmes e determinados na luta que estamos a travar.

Provavelmente, teremos de tomar medidas que apesar de impopulares e indesejáveis serão inevitáveis. Não acredito em golpes de sorte e de génio, em habilidades e invenções. Acredito em escolhas, mesmo que difíceis, em reajustamentos, alguns dolorosos, que terão que vir a ser concretizados e que terão de ter o apoio da família azul.

Realismo, pragmatismo e união. São estas as receitas para, no imediato, ultrapassarmos, juntos, este tempo que não é apenas difícil para o Belenenses.

Acredito também nos efeitos positivos da vacina e que a anunciada “Bazuca” será um instrumento muito importante para estimular o investimento e alcançar uma recuperação económica forte, sendo certo que será fundamental que o Governo olhe para o Desporto e para os clubes como parceiros estratégicos fundamentais para a retoma e façam chegar parte dessas verbas às suas depauperadas tesourarias. O Desporto é um pilar da Sociedade. E em Portugal, os clubes, enquanto associações, são os únicos pilares do Desporto.

Aproveito esta ocasião para vos falar de alguns tópicos da vida do Clube.

PROJECTO DE REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DO RESTELO

Depois da assinatura da escritura pública de constituição do direito de superfície com a LIDL, em 3 de Agosto, as obras do LIDL e da REPSOL prosseguem em bom ritmo, encontrando-se dentro dos prazos estipulados, havendo a expectativa de se conseguir cumprir a calendarização estipulada que prevê a finalização das mesmas até Outubro de 2021.

Os contactos e abordagens com diversas entidades que têm demonstrado interesse em investir nas outras parcelas do Restelo têm-se multiplicado, mesmo perante a actual conjuntura de crise económica e de alguma relutância a novos projectos, o que demonstra a excelente localização e o potencial que os investidores reconhecem no complexo do Belenenses.

Contamos que durante o ano de 2021 arranque a missão de desenvolvimento dos projectos com vista à requalificação das piscinas e construção do novo pavilhão multiusos, sendo certo que o desenvolvimento das questões relacionadas com a pandemia serão determinantes na prossecução do caminho trilhado.

BINGO

Dissemos que em 2019 o Belenenses resolveu mais um dos problemas que nos anos anteriores gerava grande preocupação: não só conseguiu assinar novo contrato de arrendamento por mais 20 anos da sala onde funciona o Bingo, resolvendo desta forma a ameaça de despejo por fim do contrato, como integrou um consórcio externo, juntamente com uma empresa veículo do Grupo Dom Pedro, que ganhou o concurso para a exploração do jogo de Bingo por mais 20 anos, garantindo assim um activo importante e assegurando a manutenção dos postos de trabalho existentes.

Trata-se de um activo histórico do nosso Clube e acreditamos que no médio/longo prazo, com as alterações legislativas que estão prometidas, o Bingo pode vir a tornar-se novamente numa muito interessante fonte de receitas, como de resto tem sido desde 2016.

Porém, no curto prazo, consequência directa da pandemia, o Bingo atravessa grandes dificuldades de tesouraria. Entre 1 de Janeiro e 14 de Março, dia em que a sala encerrou por determinação legal, a antiga concessão (ainda, apenas e só, do Clube) facturou 1,8 milhões de euros e seguia um caminho de sucesso, acima dos valores facturados em 2019.

Acontece que entre 14 de Março e 14 de Agosto a sala esteve encerrada.

Reabriu nesse dia, já sob a gestão do Consórcio Externo (com uma participação do Clube de 33,3%) titular da nova Concessão de Jogo – o contrato foi assinado com o Governo em 23 de Junho de 2020, e desde essa data as contingências têm sido muitas: primeiro houve determinação para se encerrar às 23 horas, depois às 20 horas e por fim proibição de laborar ao fim de semana, o que resultou numa facturação global, entre 14 de Agosto e 10 de Dezembro, de 544 mil euros.

Os próximos tempos serão determinantes para, em consequência da evolução positiva ou negativa da pandemia, se poder reavaliar a capacidade do nosso parceiro de negócio e a própria Concessão.

RELAÇÃO COM B SAD

Verifica-se que a FPF, entidade máxima que tutela o futebol em Portugal, já decidiu denominar aquela equipa como B SAD nas suas competições (Taça de Portugal, Campeonato de Portugal e Liga Revelação), enquanto a Liga Portugal continua erradamente a denominá-la Belenenses SAD.

O Clube alienou definitivamente a participação de 10% que detinha na SAD, ao Dr. Ricardo Sá Fernandes, no mês de Julho de 2020.

No que diz respeito aos processos que envolvem a BSAD, cumpre dizer o seguinte:

– Aguarda-se a decisão do recurso apresentado pelo Clube junto do Tribunal da Relação de Lisboa da sentença dos embargos acerca da execução da sanção pecuniária compulsória, no valor de 3.000 € diários, por incumprimento das injunções impostas à B SAD pela sentença do procedimento cautelar.

– No dia 9 de dezembro de 2020, iniciou-se o julgamento da acção principal, no Tribunal da Propriedade Intelectual, na qual o Clube exige que a B SAD altere a sua denominação societária, não use as marcas do Clube, não se confunda com o Clube e indemnize o Clube por todas as usurpações que tem cometido. O julgamento continua no dia 11 de janeiro de 2020.

– A acção judicial em que a B SAD pretende vincular perpetuamente o Clube ao destino da B SAD e impedir que o Clube aceda às competições profissionais por mérito desportivo teve o seu julgamento marcado para o dia 17 de dezembro de 2020. Contudo, foi reagendada para o dia 23 de Setembro de 2021, data do nosso 102.º aniversário.

– O processo arbitral iniciado pela B SAD para declarar a ilicitude da denúncia do Protocolo e para acertar os créditos e débitos da conta corrente até 30 de Junho de 2018 encontra-se suspenso. Na verdade, o Tribunal Arbitral determinou que a B SAD juntasse ao processo um conjunto de informações e de documentos, junção essa que foi recusada pela B SAD. Em face dessa recusa, o Tribunal Arbitral autorizou o Clube a recorrer ao Tribunal Estadual para esse efeito, processo que está em curso.

– O Clube continua a reclamar que a B SAD pague direitos de formação junto da Federação Portuguesa de Futebol, relativamente a vários atletas que assinaram contratos profissionais com essa entidade, processos que seguem os seus trâmites junto desse organismo.

– No início do ano de 2020, a FPF chamou clube e B SAD para um processo negocial tendente à separação definitiva entre as partes e fim da litigância. O Clube fez-se representar e respondeu afirmativamente ao apelo pessoal do Dr. Fernando Gomes, que se empenhou na resolução do problema, mas mais uma vez encontrámos na B SAD um interlocutor que não demonstrou activamente qualquer empenho num entendimento. O Clube responderá sempre afirmativamente a todos os apelos que a Federação Portuguesa de Futebol, pela pessoa do seu presidente, nos faça, ciente da responsabilidade que tem no futebol nacional.

Quero deixar-vos também algumas notas também sobre a nossa actividade desportiva:

Atletismo

Num ano atípico em virtude da suspensão da actividade desportiva devido à COVID-19, o atletismo depois da agonia da inexistência de provas de estrada finalizou o ano com a revalidação do título de Campeão Nacional master em pista, demonstrando o espírito de superação dos atletas azuis que, mesmo em confinamento, sem poderem treinar em conjunto, mantiveram a forma através de treinos solitários e celebraram com sucesso as participações nos campeonatos nacionais e regionais.

Triatlo

Também o triatlo, outra modalidade com história e pergaminhos no clube, sofreu com a crise COVID-19, impossibilitando a realização de treinos de natação devido ao encerramento das piscinas. Os nossos triatletas, procurando manter a forma e a união do grupo, realizaram sobretudo treinos individuais à distância. Com a entrada do Diogo Custódio como novo coordenador técnico, a expectativa para 2021 é elevada, quer no crescimento da escola de triatlo, quer no aumento do número de atletas dos “Age-Groups”.

Andebol

Desportivamente, temos de destacar o excelente desempenho da nossa equipa sénior de andebol. Com um orçamento realista e equilibrado, dos mais baixos do Campeonato Placard Andebol 1, mantendo um grupo de jogadores experiente, com mística, com forte ligação ao Clube, e sob a orientação do Prof. João Florêncio, conseguimos terminar a fase regular do campeonato num fantástico quarto lugar, que nos garantiu o apuramento, por mérito próprio, para a EHF European Cup, um regresso do Belenenses às competições europeias uma década depois da última presença.

Também a equipa de juniores conseguiu o apuramento para a Fase Final do Campeonato Nacional, pelo segundo ano consecutivo.

Fruto da pandemia, as competições terminaram em Março, altura em que também saiu, por iniciativa própria, o Prof. João Florêncio.

Na presente época desportiva, sob o comando do Prof. Luís Monteiro, voltámos a construir uma equipa forte, experiente, reforçada nas posições mais deficitárias, apesar de uma ligeira redução orçamental ao nível salarial, com a equipa a manter a senda dos bons resultados, terminando o ano civil de 2020 na quarta posição do Campeonato, na luta pelos seus objectivos desportivos.

Não podemos esquecer a nossa participação nas competições europeias, o enorme trabalho desenvolvido a nível de organização da participação na competição, cujo grau de exigência do caderno de encargo da EHF está ao nível das competições internacionais do mais alto nível.

Basquetebol

Quero também destacar o excelente trabalho da secção de basquetebol. Cada vez mais forte ao nível da sua formação e com uma equipa sénior masculina bastante competitiva, a lutar pelos lugares de subida da Proliga, tendo a nossa equipa sido prejudicada com o término abrupto da competição, fruto da pandemia, o que inviabilizou o apuramento para a fase de subida à Liga Placard por contar um jogo em atraso à data em que a competição foi interrompida.

A presente época marca claramente uma forte aposta na subida da nossa equipa à Liga Placard, o plantel foi formado com esse objectivo, composto por um grupo com muita qualidade, dedicação e empenho, sob a orientação do técnico Sérgio Ramos, com vários atletas oriundos da nossa formação, e que termina o ano civil contando por vitórias todos os jogos disputados na Proliga.

De realçar o aumento do número de atletas praticantes da modalidade, com equipas de todos os escalões masculinos e femininos, apesar das competições jovens não terem arrancado e dos treinos terem as limitações por todos conhecidas, derivado das normas da DGS.

Futsal

Foi um ano abaixo das expectativas ao nível da nossa equipa sénior, com um desempenho desportivo pouco conseguido, que nos manteve sempre nos últimos lugares da Liga Placard, apesar de, com a mudança de equipa técnica e a reestruturação do plantel no mercado de inverno, ter a equipa melhorado a sua qualidade e o seu desempenho desportivo. Tal foi, porém, insuficiente para evitar a saída dos lugares de despromoção, o que foi evitado pelo término da competição derivado da pandemia Covid-19.

Na presente época desportiva, foi feita uma aposta na continuidade do projecto iniciado em Janeiro, com a manutenção da equipa técnica liderado por José Feijão e de uma estrutura-base do plantel composta por oito atletas, tendo o plantel sido reforçado com alguns jovens com muito potencial, o que deixaria antever uma melhoria competitiva da nossa equipa, com mais qualidade e estabilidade, apesar de uma forte redução orçamental.

Um surto de Covid que nos obrigou a adiar vários jogos, um excesso de jogos em poucas semanas com demasiadas viagens longas a meio da semana, algumas lesões em atletas-chave da equipa e um cansaço excessivo nos restantes atletas, fez com que o bom início da competição tenha sido diluído, atravessando a equipa uma fase negativa que procuraremos inverter brevemente, com algumas correções na equipa, mas sobretudo com a recuperação física dos atletas lesionados ou fisicamente debilitados e exaustos, por excesso de utilização.

Como afirmado num passado recente, temos de ter em conta que a realidade financeira do clube não nos permite fazer face a orçamentos suportados pelos mais ricos do país ou por equipas financiadas por autarquias. Recusamos a loucura despesista que tem assolado a modalidade, e temos de criar condições para que o Clube e a equipa sejam atrativos para a captação de jovens que queiram desenvolver as suas capacidades e crescer na modalidade no Belenenses.

Voleibol

No voleibol não temos tido vida fácil apesar do trabalho e dedicação do Prof. João Azeitona Correia, que saiu agora no final de Dezembro e a quem estamos muito agradecidos. Como já amplamente explicado, e correndo o risco de sermos repetitivos, o sector feminino viu chegarem à competição Benfica e Sporting e tínhamos plena consciência que o surgimento desses projectos desportivos com outra capacidade e disponibilidade financeira, com outra capacidade de recrutamento de atletas formados noutros clubes, e com um poder de sedução difícil de igualar por quem aposta na modalidade numa vertente de continuidade da sua formação traria mais tarde ou mais cedo consequências desportivas.

Procuraremos resistir, pese embora a dificuldade que os resultados desportivos da equipa sénior demonstram, continuaremos a lutar até final da época pelo nosso objectivo da manutenção, até porque na segunda fase todas as equipas começarão com zero pontos, e temos de continuar e fortalecer a aposta na formação, algo que a atual estrutura dirigente da secção e o Clube entendem como o caminho para o nosso futuro na modalidade.

Rugby

O nosso Rugby, cuja secção liderada pelo André Cunha também passa por enormes dificuldades decorrentes da pandemia, continua a dar-nos alegrias desportivas e motivos de orgulho apesar de que na época 2019/20, com a interrupção abrupta do Campeonato, ficámos impossibilitados de conquistar o título de campeões nacionais numa altura em que íamos muito bem lançados para alcançar esse objectivo.

Na presente época, liderados pelo nosso João Mirra, já disputámos a Taça Ibérica e seguimos contando por vitórias os jogos disputados na segunda fase, numa altura em que o final do campeonato parece de novo ser colocado em risco pese embora todo o esforço levado a efeito pela FPR.

De registar que logo na entrada de 2020 a nossa equipa de Sub 18 venceu a Taça Ibérica com uma vitória por 27-10 sobre o San Cugat.

Natação

Ainda que a história nos tenha tirado as piscinas, uma das jóias da coroa do Restelo, e que esperamos nos próximos anos, no âmbito da reconversão do complexo, vir a recuperar noutros moldes, não deixámos de ter um ano positivo pese embora as dificuldades que a secção tem sentido. Destaco uma vez mais, pela sua dedicação e excelência, o trabalho de Pinto de Abreu, de Filipe Coelho e do técnico Fernando Couto.

Futebol de Formação

Pese embora as dificuldades que sentimos ao nível das infraestruturas desportivas, temos realizado um trabalho absolutamente fantástico no nosso futebol de formação, numa estrutura liderado pelo Prof. João Raimundo e onde na época 2019/20 continuámos a projectar vários atletas para as diferentes selecções nacionais, bem como para o futebol profissional.

Foi um ano em que, não fora a pandemia ter suspendido os campeonatos, os nossos Juvenis A iriam mais uma vez entrar na fase final a 6 para discutirem o título de Campeões Nacionais de Sub-17.

Trabalhámos numa forma de jogar à Belenenses, que nos permita formar bons profissionais de futebol e, não menos importante, cidadãos virtuosos.

O ano de 2020 tem sido completamente atípico com a formação parada e com muitos talentos a entrarem em processos de grande desmotivação, e até de abandono, o que está a originar com que se vivam tempos muito complicados.

Ainda assim, acreditamos que conseguiremos manter e fidelizar os nossos jogadores mais talentosos para a próxima época tendo em conta também a expectável ascensão da nossa equipa sénior ao Campeonato de Portugal.

Futebol Sénior

Sob a orientação do nosso treinador Nuno Oliveira e do nosso director desportivo José Taira, acompanhados por toda a nossa estrutura técnica, desportiva e médica, subimos em Março de 2020 à divisão maior da Associação de Futebol de Lisboa, onde seguimos actualmente no 1º lugar da classificação.

Construímos este ano de novo um plantel com muitos jogadores “made in Belenenses”, com mística azul e assegurámos alguns reforços mais experientes que não têm defraudado as expectativas.

O caminho até ao topo será longo e complicado. Essa é a história do Belenenses: vencer as dificuldades, superar os impossíveis.

2021 será, também no futebol sénior, um ano à Belenenses.

Deixo aqui um desejo que sei ser partilhado por todos os Belenenses e que já tinha deixado o ano passado: espero continuar a ver durante o ano de 2021, em todos os jogos, quatro vultos da nossa história colectiva que raramente falham um jogo no Restelo: Vicente Lucas, Humberto Azevedo, o Dr. Ramos Lopes e o Coronel Luís Soares da Cunha.

Recordo também todos os Belenenses que partiram em 2020, permitindo-me lembrar com especial saudade três, que faziam o favor de ser meus amigos: Pedro Barroso, José Ceitil e António Dominguez – e já neste primeiro dia do novo ano o eterno Carlos do Carmo. Recordo também Vítor Oliveira, que muitas alegrias nos deu e fazia também ele parte da nossa família desportiva. E Marinho Peres, a quem desejamos rápidas melhoras para os problemas de saúde pelos quais tem passado.

Para terminar e porque muitas vezes os últimos são os primeiros, agradeço em meu nome e em nome do Belenenses a todos os dirigentes, seccionistas e colaboradores do Clube. Num contexto muito adverso, têm feito um trabalho exemplar e muito dignificante. Nas modalidades; na comunicação, onde temos feito um enorme esforço para estar mais próximos dos sócios e adeptos, com inúmeras transmissões em streaming das várias modalidades; na secretaria; na área administrativa e nas instalações e manutenção, onde o pessoal tem sido de uma dedicação inexcedível.

A todos vós e às vossas famílias e amigos aproveito para desejar um excelente ano de 2021, com muita saúde, um ano que traga a solução para a pandemia e que traga aquilo que mais ambicionam a nível pessoal, profissional e desportivo.

Patrick Morais de Carvalho