Com 151 associados presentes apesar do fim-de-semana prolongado à porta, decorreu na noite de ontem no Pavilhão Acácio Rosa a Assembleia Geral Ordinária do Belenenses – a primeira reunião magna do segundo século de existência do Clube -, que contou com a participação activa de vários sócios exprimindo os seus pontos de vista e deixando à Direcção do Clube sugestões e diversas questões.
E foi em clima de emoção que a sessão arrancou, com a atribuição a Vicente Lucas da “Cruz de Cristo de Ouro – Dedicação e Valor”, o mais alto galardão do Clube, proposta aprovada por unanimidade e aclamação num momento de grande sentimento demonstrando todo o carinho e admiração que a massa associativa dispensa àquele que é o maior símbolo vivo do Clube.
No segundo ponto da Ordem de Trabalhos, o Relatório e Contas referente à época desportiva de 2018/2019 mereceu a aprovação dos sócios sem qualquer voto contra, registando-se 122 votos a favor e 3 abstenções (97,6%) perante um documento que, nas palavras do vice-presidente Paulo Peters “demonstra um clube sólido e sustentado” com capitais próprios positivos e capaz de, uma vez mais, reduzir o passivo.
Patrick Morais de Carvalho: “O clube está disponível para fazer um acordo que só pode ser um: cada um vai à sua vida, arquiva-se a litigância toda”
Antes de fechar uma sessão que se estendeu até um pouco depois da uma hora da manhã, o presidente do Belenenses teve oportunidade de informar a Assembleia do andamento dos diversos processos existentes entre o Belenenses e a B-SAD. Patrick Morais de Carvalho manifestou mais uma vez a disponibilidade do Clube em consumar um divórcio amigável, referindo que “o clube está totalmente disponível para fazer um acordo e esse acordo só pode ser um: cada um vai à sua vida, arquivam-se os processos e toda a litigância”, recordando que “estamos a lidar com pessoas altamente litigantes, com quem é impossível fazer acordos” e que “do ponto de vista jurídico, a posição da SAD tem vindo a ficar cada vez mais enfraquecida”.
Elencando os diversos processos em curso, Patrick Morais de Carvalho referiu que a par da acção principal que corre termos no Tribunal da Propriedade Intelectual, o Clube interpôs uma acção executiva referente à sanção pecuniária de 3.000 euros diários a que a B-SAD foi condenada, num valor que neste momento já ascende a cerca de um milhão e oito mil euros, correndo igualmente uma queixa-crime contra os administradores da sociedade por desobediência qualificada. E no que respeita à referida acção principal, o presidente do Clube informou que o Clube pede que seja retirada a palavra “Belenenses” da denominação social da firma em causa: “Temos agora um elemento novo, a palavra Belenenses está na denominação social da firma e a tese da SAD é a de que como na denominação social da firma está a palavra Belenenses podem utilizar essa palavra. Nós temos entendimento diferente, a B-SAD tem vindo a aumentar a confundibilidade existente dado que usa o símbolo figurativo que entretanto registou mas insistindo em usar o símbolo nominativo do Clube”.
Patrick Morais de Carvalho: “As nossas glórias foram atletas do Clube de Futebol Os Belenenses”
Numa das informações mais relevantes da noite, o presidente do Belenenses deu ainda a conhecer que, em relação ao processo interposto pela B-SAD em que pretendia ver reconhecidos como seus o palmarés e as glórias que defenderam a camisola do nosso Clube centenário, o Tribunal veio já este mês reconhecer não ter competência para deliberar: “Essa questão está para já ultrapassada, o Vicente Lucas e todas as nossas glórias que pisaram os relvados defendendo a camisola do Belenenses são e foram atletas do Clube de Futebol “Os Belenenses” e não de qualquer outra entidade”.