Sob o comando técnico de Nuno Oliveira, o Belenenses regressou ao trabalho no passado dia 20 de Agosto com um treino aberto a que assistiram cerca de quinhentos sócios e adeptos, preparando ao longo do último mês a temporada 2018/19 com um percurso que contou seis vitórias, um empate e um significativo apoio dos adeptos. A poucos dias do arranque do campeonato da I Divisão da AFL, conversámos com o treinador do Belenenses sobre o trabalho realizado até aqui e sobre a importância de se manter a presença entusiástica dos sócios que se tem sentido até hoje.
Chegou ao fim a pré-temporada, a equipa manteve-se invicta com seis vitórias e um empate. Que balanço podemos fazer deste primeiro mês de trabalho?
Tivemos a nossa primeira missão bem sucedida nestas primeiras semanas de trabalho: construir um plantel a partir do zero. E essa construção passou, mais do que pela construção de uma ideia de jogo, pela criação de uma identidade, daquilo que se quer que seja uma equipa que represente o Clube de Futebol “Os Belenenses”. Creio que o balanço tem de ser positivo, pois conseguimos criar uma equipa dominadora, com ideias e valores próprios que estão de acordo com Clube, uma equipa vencedora com dinâmica de luta, entrega e vitória.
Num outro plano, vimos atletas importantes sofrerem lesões que os impediram de dar o seu contributo mais recentemente e imaginamos que esse tenha sido o lado menos positivo. Em que medida este contratempo afecta as ideias de jogo da equipa?
Infelizmente isso é algo para o qual teremos de estar preparados. A esmagadora maioria das lesões foram traumáticas, próprias de quem se entrega com tudo em todos os lances, de quem dá tudo o que tem para dar, em campo e nas disputas individuais. Ao nível da ideia de jogo creio que isso não se sentirá pois essa mesma ideia de jogo assenta numa ideia colectiva e não em referências individuais. Se um está lesionado, outro preenche o seu lugar e, como ficou provado no último jogo, conseguimos ser a mesma equipa dominadora, criando muitas ocasiões e fazendo vários golos independentemente de quantos lesionados tínhamos nesse jogo.
Ao longo destes sete jogos fomos vendo vários atletas ainda sub-19 serem chamados à equipa, a responderem positivamente e a marcarem golos. Esta rotatividade é para manter? Estamos na presença de uma aposta ganha?
Não creio que seja nenhum tipo de aposta ganha. A vinda desses jogadores ao plantel sénior e o bom desempenho que tiveram não é fruto do acaso. É fruto do trabalho, trabalho da formação do nosso clube. Toda a estrutura do nosso futebol de formação é uma referência a nível nacional e isso não é por acaso. Todas as pessoas que representam o nosso futebol de formação são do mais elevado nível de competência e isso reflecte-se naturalmente no desenvolvimento dos jogadores. Somos dos clubes a nível nacional que melhor forma e melhor trabalha todos os níveis de uma estrutura de formação. E é também essa competência e qualidade no trabalho que nos dá garantias de um futuro promissor. Com aquilo que é feito por treinadores, coordenadores, departamento médico, fisiólogos e todos os intervenientes estamos seguros de que qualquer jogador chamado aos trabalhos da equipa sénior pode corresponder da melhor maneira.
Fica um desafio final: assistimos neste último mês a uma grande adesão e a um forte apoio dos sócios e adeptos, que mensagem lhes deixas a poucos dias do arranque do campeonato?
O apoio que tem vindo das bancadas e que tem havido nas redes sociais tem sido sentido na pele e tem sido essencial para a construção do plantel e para a formação da sua identidade. Os jogadores têm de sentir o que é o Belenenses para o poderem representar dignamente. E os adeptos têm sido incansáveis nessa demonstração de amor e dedicação pelo clube. O que aconteceu, por exemplo, naquele que pode ser considerado o ponto alto desta demonstração, a 9 de Setembro, no jogo de apresentação da equipa sénior, foi algo ímpar em Portugal. Foi único e tenho a certeza de que nunca mais no nosso país existirá uma demonstração de paixão e amor por um clube como existiu nesse dia. Nesse dia, foi demonstrada toda a grandeza do clube. Não tem igual e nunca haverá igual. Um momento único e especial, de exemplo para todo o país, naquilo que é o amor por um clube. O Belenenses não é grande, é enorme! E desde esse dia, todos nós dentro do grupo de trabalho ficámos com ainda mais certezas de que estamos prontos e de que no final vamos dar uma alegria a estes adeptos.