Da Assembleia Geral realizada esta noite no Pavilhão Acácio Rosa resultou a aprovação da proposta apresentada pela Direção do Clube de Futebol os Belenenses, para que o Protocolo de Repartição de Direitos e Deveres entre o CF Belenenses e a Belenenses Futebol SAD seja denunciado à data de 30 de junho, sendo abertas de imediato negociações com a SAD tendo em vista a negociação de novo acordo.

Resultados da Votação
Número de Votantes: 264
Votos contra: 8 (3%)
Abstenções: 35 (13%)
Votos a favor: 221 (84%)

Numa AG muito concorrida e participada, no momento mais alto estiveram no Pavilhão Acácio Rosa 340 associados – muitos assistiram nas bancadas à votação, colocando-se assim de fora do processo. Devido à forte afluência, a sessão magna acabou por ter início adiado para as 19.30, altura em que todos os sócios já se encontravam no local.

O debate de ideias prolongou-se até perto da meia noite, e a AG esteve 10 minutos interrompida devido a distúrbios entre sócios, problema prontamente sanado pela intervenção do Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Pedro Pestana Bastos.

Com o ambiente devidamente pacificado passou-se então à votação da proposta que além de determinar a denúncia do referido Protocolo incluiu ainda a nomeação de uma comissão de negociação com a SAD e a Codecity, que será presidida por Pedro Pestana Bastos, terá a participação de Henrique Abecassis, presidente do Conselho Geral e ainda um elemento a designar pela direção.

Ao aceitar o convite que lhe foi feito pelo presidente da Direção, Patrick Morais de Carvalho, Pedro Pestana Bastos prometeu tudo fazer para que haja um acordo e prometeu que o referido acordo só será implementado depois de aprovado em Assembleia Geral Extraordinária, logo só se tiver a concordância dos sócios.

Foi ainda votada, e chumbada, uma proposta que visava adiar a decisão da Assembleia Geral até abril.

Assembleia Geral 3 de Fevereiro 2018 | Patrick Morais de Carvalho

Patrick Morais de Carvalho – “O Belenenses está vivo”

No final da sessão magna, em declarações aos jornalistas presentes, Patrick Morais de Carvalho congratulou-se com a decisão da Assembleia, reforçou os objetivos a atingir pelo clube e que foram amplamente explicados aos sócios durante a semana que antecedeu a votação (consulte a informação).

“Foi um momento de grande fervor clubístico. O Belenenses mostrou que está vivo e bem vivo. Os sócios sufragaram de forma massiva a proposta da direção do clube no sentido de renunciarmos o protocolo que regula as relações entre clube e SAD. A partir de agora entraremos num período de negociação e damos um aviso prévio suficiente para não causar qualquer dano Codecity e Belenenses SAD”.

Voltou a assegurar que a equipa gerida pela Belenenses SAD jogará no Estádio do Restelo até final da época e que depois só sairá se essa for a vontade da administração da SAD e da Codecity, reforçando que as condições que o clube vai apresentar “são melhores do que aquelas que a SAD conseguirá em qualquer outro estádio de Portugal, pois o objetivo do Belenenses é continuar a ter a sua equipa, a equipa dos seus associados a jogar no seu estádio”.

Reconheceu ainda que antes da AG não tinha pensado em criar uma comissão para negociar, e explicou porque tomou tal decisão: “Temos toda a confiança no presidente da Mesa da AG, e entendemos que esta decisão não é a vontade do Patrick nem de uma pessoa só, mas a vontade dos sócios do Belenenses e o representante máximo dos sócios é o presidente da mesa da AG. Entendo que porventura como estou aqui deste outubro de 2014, já tentámos negociar de variadíssimas formas com a Codecity e com a SAD e nunca fomos bem sucedidos pois eles estão a bater contra um muro muito grande que sou eu, eu também bato noutro, se calhar manda o bom senso que sejam outras figuras do clube a negociar em nome do CF Belenenses”.

Patrick Morais de Carvalho considerou que “os desacatos surgiram no momento de um discurso galvanizado em que meia dúzia de sócios não gostaram do que ouviram, porventura com razão” mas salientou que o problema “foi imediatamente ultrapassado”.

Assegurou desta forma que a nomeação de uma comissão para negociar em nome do Belenenses nada tem a ver com o incidente: “Tem a ver com o clube estar de boa fé e querer eliminar barreiras às negociações, caso haja negociações”, cenário que desconhece se será possível “pois ontem a SAD anunciou em comunicado que nem haveria negociações”.

Patrick Morais de Carvalho finalizou as respostas aos jornalistas dizendo que “o Belenenses é um clube grande e o que se viveu no Pavilhão Acácio Rosa é a prova de que está vivo, mas também sos sócios sufragaram a estratégia da direção”.