Joana Polido, 22 anos, alegre e comunicativa, é provavelmente a jogadora da equipa de voleibol feminino do Belenenses mais conhecida entre associados e adeptos. Faz questão de conhecer a História do Clube aconselhando toda a gente a visitar o Museu do Belenenses, promete trabalho, está confiante para o futuro e acredita que os objectivos da equipa vão ser alcançados.

O que significa o voleibol para ti? Jogas desde muito nova?
A Palavra voleibol para mim é muito difícil de caracterizar, dado que a maior parte da minha vida e as decisões mais difíceis que tomei foram sempre em redor desta modalidade, onde tenho dedicado os últimos anos com grande empenho e carinho. O voleibol abriu-me várias portas e eu nunca conseguirei agradecer tudo o que fizeram por mim, por isso tento fazer o melhor que sei, contribuindo com o meu trabalho para todos aqueles que me acompanham e que se dedicam ao voleibol.
Já jogo há alguns anos, iniciei o voleibol no Grupo Desportivo de Sesimbra com 12 anos, com 14 fui chamada à Selecção Nacional de voleibol e fui viver para o Porto para poder acompanhar os trabalhos da mesma. Quando regressei do Porto, fui convidada para jogar no Belenenses, onde estou a fazer a 4° época pelo clube, que estou a gostar muito de representar.

Qual a tua opinião sobre o estado da modalidade em Portugal. no que ao sector feminino respeita?
O voleibol é uma modalidade pouco divulgada e no feminino muito mais. Nós, atletas, temos lutado para que os resultados do feminino sejam melhores, para que haja mais apostas/apoios na modalidade, mas com muito pouco efeito ate hoje, o que é uma pena. Há uma grande desigualdade entre o feminino e o masculino, mas isso é em todas as modalidades. Quanto a isso não há muito a fazer, é a mentalidade dos portugueses, que não acreditam que o feminino tem grandes atletas e poderia ser uma grande aposta tanto em Portugal como lá fora.

A Bola TV arrancou agora com transmissões em directo do Campeonato Nacional feminino, achas que o sector feminino pode crescer muito mais e que essa cobertura da imprensa pode ser um grande impulso?
Sem dúvida que as transmissões dos jogos em directo na Bola TV foi um passo muito grande para o voleibol feminino, dado que não temos grande divulgação da modalidade na imprensa, muito menos no feminino. Logo, esta foi sem dúvida uma grande alegria para nós, atletas, e para os simpatizantes da modalidade. Com este grande passo podemos divulgar todo o Campeonato feminino da Primeira Divisão portuguesa e todas as atletas e clubes que nele jogam.

Qual a sensação de representar um grande clube como o Belenenses? A responsabilidade é maior?
É a quarta época em que estou a representar o Belenenses e todos os anos é um desafio maior, mas eu gosto de desafios. Vim de um clube completamente diferente do Belenenses, muito mais pequeno, e vim da 3°divisão. E como é óbvio, a responsabilidade é muito maior: o Belém está na primeira divisão e logo, aí, a responsabilidade é gigante.
O Belenenses é um clube com grande história, história essa que faço questão de conhecer, tal como o magnífico museu, que todos os atletas e sócios do clube deveriam visitar, é magnífico. É um clube muito acolhedor, onde fui muito, mas muito bem recebida, todos me conhecem por no Belenenses, alcunha essa atribuída na selecção. É muito bom sentirmo-nos como se estivéssemos em casa e sermos reconhecidos, é isso que eu sinto, que estou num grande clube, com uma grande equipa e rodeada de grandes pessoas.

Muitos dos adeptos do Clube comentam que, dentro do grupo de trabalho, “a Joana” é aquela que tem uma relação mais próxima com os adeptos. Podemos dizer que já nasce aí um carinho muito especial pelo Belenenses?
Sem dúvida alguma que sou a atleta que tem maior ligação com os sócios e simpatizantes do Belenenses, dado que sou uma pessoa super comunicativa, mas não só: eu gosto de saber a opinião de todos, sobretudo quanto ao meu trabalho, e acho que todos deveríamos ter uma boa ligação com os adeptos porque são eles que nos apoiam. Nós (equipa) jogamos porque gostamos, como é óbvio, mas se tivermos um apoio extra as coisas correm melhor ainda.
Gosto de me dar bem com toda a gente, mas acima de tudo gosto que as pessoas tenham uma boa relação com o voleibol e que se cativem cada vez mais pela modalidade, deslocando-se ao Belenenses para verem o voleibol. Quanto aos sócios do Belenenses, só tenho a dizer bem: ao início eram sempre os mesmo grupos de sócios que vinham ver a modalidade e isso hoje em dia mudou, esses sócios continuam a apoiar-nos e trazem sempre sócios ou amigos novos ao pavilhão, o que para mim e para a minha equipa é um grande orgulho. Eles gostam do que estamos a fazer pela modalidade no clube, mas acima de tudo gostam de nós e do nosso trabalho.
Contudo, continuamos a ter pouco apoio mas o pouco que temos é forte e unido, e a esses sócios que estão sempre presentes um muito obrigado.

Como estamos de objectivos para o que resta de temporada? Estás optimista?
Nós – “equipa” – temos um grande objectivo: manter o grupo unido, sólido e afastado de tudo o que nos possa derrubar. Os objectivos vêm por acréscimo, queremos ficar nos quatro primeiros lugares como na época passada mas, se possível, melhor classificadas. Estou super confiante e optimista de que vamos conseguir garantir estes objectivos e fazer uma grande época, pois conheço muito bem o meu grupo e trabalhamos todos os dias para assegurar estes objectivos.

Queres deixar uma última palavra aos adeptos do Belenenses?
Quero desde já agradecer a todos os sócios do Belenenses que têm apoiado incondicionalmente o voleibol, e que acima de tudo acreditem no nosso trabalho como equipa porque é por nós e por vós que trabalhamos diariamente para honrar o nosso clube.