Vinte e cinco anos passados, o Real Madrid reincidiu. Comemoravam-se as Bodas de Prata do Estádio de Chamartin; homenageava-se um dos maiores jogadores espanhóis e madrilenos de sempre, Gento (que fora campeão europeu pela selecção espanhola em 1964, e estivera na conquista de 6 Taças dos Campeões Europeus pelo Real Madrid). Pois quem foi convidado? O Ajax, o Milan, o Manchester United? O São Paulo, O River Plate, a Juventus, o Bayern de Munique? Não: foi o Belenenses!


Refira-se que, superada uma crise financeira e desportiva, o Belenenses estava novamente bem; nessa época, foi 2º classificado no Campeonato Nacional.

A nossa equipa perdeu 2-1 com o Real Madrid (reforçado com Eusébio, com o húngaro Bené e com o romeno Dobrin) mas voltou a realizar excelente prestação. Os golos foram marcados aos 14m por Gento (de penalty) e aos 19, por Pirri (outro gigante do futebol espanhol), para o Real Madrid, reduzindo o Belenenses aos 79 minutos por Alfredo Quaresma. A própria imprensa espanhola reconheceu que o penalty foi forçado e que, em geral, a arbitragem de António Camacho foi “caseira” (ver gravura).


Para a história, fica a nossa equipa que alinhou nesse dia: Mourinho; Parreira, Calado, Freitas e João Cardoso; Quinito, Quaresma e Godinho; Laurindo, Luís Carlos e Gonzalez. O treinador, como, curiosamente, 25 anos antes, era Alejandro Scopelli.

Do destaque dado pelos jornais ao acontecimento, ficam algumas imagens retiradas do jornal “A Bola” de 14 e 16 de Dezembro de 1972.

A partir desta data, os jogos com o Real Madrid foram mais esparsos, apenas se repetindo em 1980e em 2007. No total, disputámos 9 jogos com os madridistas. O saldo, embora desfavorável, é relativamente honroso, com 2 vitórias, 1 empate e 6 derrotas (com 9-17 em golos), sobretudo se considerarmos que 7 desses jogos tiveram lugar em Espanha, 1 em França e só 1 em Portugal.

JMA