Foi nos tempos revolucionários e convulsos de 1974/75 que a necessidade de construirmos um Pavilhão para os desportos extra-futebol passou de um anseio vago para uma ideia definida.

Em 1976 e 1977, a obra iniciou-se, avançou e concluiu-se – uma vez mais, com grandes sacrifícios da família Azul. Tiveram que se vender jogadores (Pietra, por exemplo), foi preciso desinvestir nas nossas equipas, reuniram-se dádivas de belenenses dedicados, como são testemunhos eloquentes os azulejos com os nomes dos doadores numa das alas do Pavilhão. Não recebemos milhões de entidades públicas.

Pelo contrário: a oposição da Câmara Municipal de Lisboa, por causa da (abandonada) Capela do Santo Cristo, foi ferocíssima. Era e continuou a ser tradição, em contraste com outros emblemas.

Uma vez mais, perante a ameaça camarária de derrubar, com bulldozers, o que, com tanto sacrifício construíramos, foi preciso lutarmos (Sequeira Nunes distinguiu-se então) durante vários anos!

No início da década de 90, foi dado ao Pavilhão o nome de Acácio Rosa. É uma justíssima homenagem a quem tanto amou e serviu o clube e, particularmente, a quem tanto protegeu e defendeu as modalidades extra-futebol.

Hoje, apesar da usura do tempo e da evidente degração, é outro local mítico do Belenenses. Ali se criaram ambientes formidáveis (tornando o recinto lendariamente temido por adversários), ali se viveram grandes momentos, com algumas tristezas e muitas alegrias, em inesquecíveis jogos nacionais e europeus de várias modalidades. Merece o respeito e mesmo a veneração de todos!

JMA