Dois dias antes da inauguração do Estádio do Restelo, a imprensa foi convidada para uma visita guiada ao recinto.

As honras da casa foram feitas pelo Capitão Francisco Soares da Cunha, “o homem do Estádio” (ver artigo anterior). Na véspera, na edição de 20 de Setembro do jornal “A Bola”, aqui reproduzida, Francisco Soares da Cunha dava uma notável entrevista, onde se mostra à evidência o seu talento, a sua natureza empreendedora, a sua visão de futuro. Por exemplo: embora ainda não existisse televisão, já estavam instalações preparadas para quando houvesse.

Nessa entrevista, fala-se, nomeadamente, da excelência da construção, das (para a época) magníficas instalações luminosas e sonorosas, da lotação do Estádio, com 44.000 lugares (tanto ou mais que Alvalade, antes de fechado, e que a Luz, então sem terceiro Anel), dos planos totalmente definidos para instalar a cobertura do Topo Norte (houve que esperar quase 50 anos) e para fechar o Topo Sul, com uma bancada superior, que elevaria a lotação para 62.000 pessoas, da cidade desportiva que se programava, etc.

A imprensa deu grande relevo a esta visita, como se mostra pela capa e interior do jornal “A Bola” de 22 de Setembro, que também se reproduz, como documento de valor histórico e bem significativo da força e projecção que tinha então o Belenenses.

Faltavam poucas horas para a festa de inauguração, e estavam alvoroçados os corações Azuis…

JMA