Falámos há escassos dias da Taça de Honra de 1960, referimo-nos agora à de 1959. Foram as duas primeiras disputadas num novo modelo, que perdurou até aos nossos dias; e o Belenenses venceu ambas.

Até 1947, o troféu era atribuído às equipas que somassem mais pontos, nas diferentes categorias do Campeonato de Lisboa; e, nesse modelo, o Belenenses saiu vencedor por 4 vezes. Neste novo modelo, o Belenenses saiu vitorioso por 6 vezes – além das duas edições já referidas, conquistou também as de 69/70, 75/76, 89/90 e 93/94. Temos, pois um total de 10 triunfos nestas prova oficial da Associação de Futebol de Lisboa.

E a propósito de provas oficiais: ao longo da sua história de 95 anos, o Belenenses, apesar do seu prestigioso palmarés, teve vários períodos de seca de conquistas de provas oficiais. Como é sabido, eles tem sido mais prolongados nas últimas décadas. No entanto, mesmo nos melhores tempos do nosso clube, houve jejuns futebolísticos.

O primeiro, teve lugar etre 1933 e 1942. Em 1933, o Belenenses culminara um octénio cheio de Campeonatos ganhos: 3 de Portugal, 4 de Lisboa. Mas, depois, houve que esperar até à época de 19421/42, quando vencemos a Taça de Portugal. Tal abriu novo ciclo de sucessos, e quase de seguida ganhámos mais 2 Campeonatos de Lisboa e um campeonato Nacional. Veio então novo período de míngua, mesmo se estávamos sempre na luta pela vitória no Campeonato. Até que, na data hoje assinalada, pusemos fim a uma espera de 13 anos “longos como séculos, que pareciam intermináveis”, conforme escrevia Acácio Rosa.

Nesta edição, que iniciou a época de 56/60, o Belenenses venceu o Benfica por 1-0, meias-finais, disputadas em 6 de Setembro, enquanto o Sporting igualmente se qualificava para a final com um triunfo sobre o Atlético. A nossa vitória sobre os encarnados foi considerada, pelo insuspeito jornal A Bola, como resultante de uma “superioridade que nunca esteve em causa” (ver foto).

Depois, na final, realizada no Jamor com grande assistência, o Belenenses voltou a ganhar, agora ao Sporting, por 1-0. O golo foi marcado por Yaúca, aos 89 minutos, na baliza do Topo Norte do Estádio Nacional. “Os azuis jogaram mais”, sintetizava o mesmo jornal A Bola, para afirmar a justiça do triunfo da nossa equipa.

Nesse dia 13 de Setembro, o Belenenses alinhou com:

José Pereira; Pires, Figueiredo e Moreira; Marciano e Vicente; Dimas, Yaúca, Tonho, Matateu e Estevão.

Rezam as crónicas (desde logo, o Jornal do Belenenses da época), que este triunfo encheu de júbilo as gentes do Belenenses. Quebrara-se o enguiço. E seguiu-se uma Taça de Portugal e outra Taça de Honra no espaço de um ano.

JMA + NG