A Taça Intertoto, que há uns três anos atrás findou os seus dias, teve dois períodos: o primeiro, desde os anos de 1960, até cerca de 2.000, ainda não oficializada pela UEFA; depois, volvida oficial pelo mesmo organismo.

No primeiro período, três clubes Portugueses inscreveram o seu nome na lista de vencedores: o Belenenses, a CUF e o Sporting.

Nessa altura, não havia um vencedor. Eram considerados vencedores da competição todos os primeiros classificados das séries em que se dividiam os muitos clubes participantes. Pode parecer estranho e pouco meritório esse conceito de vencedor mas a verdade é que implicava mais jogos do que o último modelo; não havia entrega de troféus mas havia um prémio pecuniário para os vencedores.

Na fase já acolhida pela UEFA, o Belenenses participou na edição de 2002/2003, depois de ficar em 5o lugar no Campeonato anterior. Na fase inicial, participou nas edições de 76/77 e 75/76, tendo disso nesta que saiu vencedor. O último jogo realizou-se no dia 2 de Agosto de 1975. A competição desenrolou-se num período entre o fim do Campeonato de 74/75 (em que dicámos em 5o lugar) e o de 75/76 (em que ficámos em 3o lugar; o facto parece não confirmar as teorias dos que achavam que entrar numa competição no início do Verão levaria a uma época desastrosas…)…

O Belenenses foi incluído na nona das dez séries, e essa série foi disputadíssima, muito equilibrada. Os outros clubes da série eram o F.C. Amsterdão (Amsterdamsche FC), da Holanda, o Spartak Tranava, da Checoslováquia, e o KB Copenhaga, da Dinamarca. Jogavam todos contra todos, em Casa e Fora.

Destas equipas, a mais poderosa era o Spartak Tranava. Como se sabe, é uma equipa da Eslováquia, que integrava então a Checoslováquia (na altura, uma grande potência futebolística; foi Campeã Europeia em 1976). Do seu palmarés, constam cinco Campeonatos e cinco Taças da Checoslováquia (uma das Taças tendo sido conquistada, precisamente, nesse ano de 1975), cinco Taças da Eslováquia e uma Supertaça da Eslováquia. Em 1968/69, foi semifinalista da Taça dos Campeões Europeus (prova em que tem o excelente score de 13 vitórias, 7 empates e 4 derrotas, com 42-20 em golos), só baqueando ante o Real Madrid.

Quanto ao KB, embora na altura o futebol dinamarquês tivesse pouca expressão, o seu palmarés é de grande qualidade. Na verdade, este clube, que desde 1992, como resultado de uma fusão com o B1903 Copenhaga, passou a designar-se por FC Copenhaga, ganhou 33 Campeonatos (dos últimos 10, venceu seis!) e 7 Taças da Dinamarca. Por fim, os holandeses militavam então no principal Campeonato do seu paós.

Face a estes adversários, o Belenenses registou os seguintes resultados:

28 de Junho de 1975: Belenenses 1–0 F.C. Amsterdão (um grande golo de Gonzalez, de livre directo)
5 de Julho de 1975: Spartak Tranava 2–2 Belenenses
12 de Julho de 1975: Belenenses 1–0 KB
19 de Julho de 1975: Belenenses 2–1 Spartak Tranava
26 de Julho de 1975: F.C. Amsterdão 1–0 Belenenses
2 de Agosto de 1975: KB 1-0 Belenenses

(Nota: nos livros de Acácio Rosa há alguma confusão quanto a estes jogos e seus resultados. Acontece – e em nada essa, ou outras imprecisões, tira o enorme mérito do Autor. Os dados aqui apresentados foram objectos de confirmação).

O triunfo nesta competição, bem como o Campeonato em seguida efectuado, correspondia ao valor de uma equipa onde, entre outros, pontificavam jogadores como Freitas, Gonzalez, Godinho, Alfredo Quaresma, Sambinha, Vasques, Pietra, etc. etc.

No Verão seguinte, o Belenenses voltou à competição, nesse ano, pontualmente, denominada Taça Internacional. O comportamento foi novamente bastante positivo mas, dessa vez, ficámos em segundo lugar na nossa série.

JMA + NG