O Belenenses concluiu a época de 2006/2007 em posição de acesso às competições europeias por duas vias simultâneas: porque foi 5o no Campeonato (perdeu o 4o lugar na última jornada) e como finalista da Taça de Portugal (que perdeu 1-0 com o Sporting, em cima dos 90m, quando estava com menos um jogador, com o lesionado Amaral por substituir).

A pré-época seguinte foi caracterizada pela entrada e saída de bastantes jogadores. As saídas deverem-se a vários factores: transferências, opções técnicas, fins de carreira. As entradas procuravam colmatar essas saídas e melhorar algumas posições mais necessitadas.

Alguns dos recém-chegados deram logo boas indicações, outros nem tanto, como é costume. Não era fácil, contudo, substituir jogadores tão relevantes como tinham sido Nivaldo, Dady e Garcês, para nada dizer de Marco Aurélio (que a uma certa veterania aliara uma grave lesão um ano antes mas que era uma grande e respeitável referência).

De resto, essas saídas ainda não estavam colmatadas nesta altura, pois Weldon, Hugo Alcântara e, mais ainda, Júlio César, só iriam chegando mais tarde. Assim, neste primeiro teste mais a sério (os jogos de preparação anterior tinham sido pouco significativos), havia bastante expectativa sobre qual iria ser o comportamento da equipa. E a resposta às dúvidas foi bastante, ou mesmo totalmente, positiva, pois o Belenenses conquistou com muito mérito o troféu.

Deve dizer-se que este torneio internacional Moulay El Hassan (nome oficial), de homenagem ao príncipe herdeiro de Marrocos, é muito prestigiado e a taça entregue ao vencedor, deveras bonita e impressiva.

Nas meias-finais, o Belenenses venceu um misto do Raja e do WAC Casablanca, potências do futebol marroquino e as duas principais equipas da mítica cidade que acolhe a prova por 1-0. Face a um conjunto cheio de internacionais, a nossa equipa fez uma boa exibição, apesar do muito calor, e o triunfo foi inteiramente merecido. O golo foi apontado por João Paulo Oliveira, um dos recém-chegados ao clube. No outro jogo, o Club Africain, da Tunísia, venceu a Selecção dos Camarões, por 3-1.

Assim, coube-nos defrontar o clube tunisino na final. O Club Africain já foi 12 vezes Campeão, 11 vezes vencedor da Taça e vezes triunfador da Supertaça do seu país, a que junta várias conquistas internacionais: 1 Liga dos Campeões de África, 1 Liga dos Campeões Árabe, 1 Taça dos Campeões Árabe, 1 Campeonato Afro-Asiático de Clubes, 3 Taças dos Campeões do Magrebe, 1 Taça das Taças do Magrebe e 1 Taça dos Campeões do Norte de África. Tratava-se, pois, de um adversário credenciado, como a vitória da véspera bem revelara) e decerto melhor adaptado ao clima.

Voltámos a ter um Belenenses em bom plano e, apesar da excelente réplica do adversário, o triunfo foi nosso, por 2-0. Zé Pedro (que foi eleito o melhor jogador do torneio), apontou o primeiro golo aos 33 minutos. Em cima dos 90 minutos, Mendonça sentenciou o jogo. Assim, o capitão, Silas, levantou o troféu. Nas bancadas havia adeptos do Belenenses a celebrar.