A época de 2003-2004 não foi de boa memória para o Belenenses em termos de Campeonato (já na Taça de Portugal, fomos até às meias-finais). Passámos mesmo por sérias aflições, apesar de um prometedor início.
Na pré-época, as indicações foram positivas. E, aí, há que destacar a participação no Troféu do Guadiana, que o Belenenses conquistou meritoriamente, e logo frente a um forte adversário e rival, o Benfica.
O jogo, disputado em Vila Real de Santo António, decorreu sob intenso calor apesar de ter sido disputado já no final da tarde. Esse factor, aliado ao facto de as equipas se encontrarem no início da preparação da época, levaria a crer que o jogo seria disputado num ritmo mais pausado. Não foi, porém, o que aconteceu.
O Belenenses entrou de rompante, marcando por duas vezes no primeiro quarto de hora da partida, surpreendendo totalmente o seu adversário. Aos 12 minutos, o goleador foi Antchouet; aos 14 minutos, ainda mal tinham cessado os festejos do primeiro golo, foi Verona a fazer o 2-0.
Depois de oito substituições operadas (contra apenas duas por parte do Belenenses em toda a partida), o adversário conseguiu equilibrar as operações, não sem que o Belenenses dispusesse de algumas oportunidades de avolumar o resultado para lá do alcance da recuperação do adversário. Não as converteu, também com mérito do guarda-redes adversário e assim abriu terreno à recuperação da equipa benfiquista. Esta viria a empatar a partida na sequência de dois lances de bola parada. O segundo deles foi mesmo pacientemente aguardado pelo árbitro da partida, que além do tempo compensatório anunciado quando findos os 90 minutos regulamentares, prolongou o jogo o tempo necessário até poder assinalar o livre do qual resultaria o golo do empate. Quantos vemos já assistimos a isto, diante de “certos” adversários?
Assim, a atribuição do Troféu foi decidida imediatamente na marcação de grandes penalidades. Por linhas tortas escreveu-se a justiça da vitória do Belenenses, alcançada pela conversão de duas grandes penalidades contra apenas uma pelo adversário. Marcaram, pelo Belenenses, Sousa e Marco Paulo.
A nossa equipa alinhou da seguinte forma: Marco Aurélio, Sousa, Filgueira, Wilson e Carlos Fernandes; Pelé, Marco Paulo r Fábio Rosa; Sané (Eliseu), Verona (Leonardo), Antchouet.
Estranhamente (ou talvez não…), ganhando esta edição, não mais o Belenenses foi convidado para esta prova. E os comentadores, nas edições anuais posteriores, têm uma tendência estranha (ou talvez mão…) a esquecer de enumerar o Belenenses no lote dos vencedores. A aprendizagem da aritmética parece estar a degradar-se e hinstalou-se a tendência de só se saber contar até três…
NG + JMA