Nesta data, Portugal estreou-se finalmente numa Fase Final do Campeonato do Mundo de Futebol. E começou bem, vencendo, com alguma surpresa, a então poderosa e conceituada Hungria por 3-1.

Foram convocados para esta presença em Inglaterra dois jogadores do Belenenses: José Pereira e Vicente. Foram ambos titulares na maioria dos jogos. José Pereira só ficou no banco no 1º jogo, sendo titular nos restantes, e Vicente esteve sempre no Onze até se lesionar, só por isso não participando nos dois últimos encontros.

Aliás, o historial de presenças da Selecção de Portugal nos grandes palcos do futebol mundial dá-nos a noção do que tem sido o percurso do Belenenses:

Em 1928, nos Jogos Olímpicos de Amsterdão (então um autêntico Campeonato do Mundo, pois não havia nenhuma limitação, etária ou outra, à presença de jogadores), o Belenenses teve 4 jogadores seleccionados, Augusto Silva, Pepe, César de Matos e Alfredo Ramos, dos quais os três primeiros foram habituais titulares. O Belenenses era a equipa mais representada.

Em 1966, neste Campeonato do Mundo de Inglaterra – a meio da, para nós, Belenenses, terrível década de 60 -, o Belenenses, apesar dos momentos difíceis que viveu, teve 2 jogadores convocados e habituais titulares. Foi o 3º clube com mais jogadores representados e, aliás, num dos jogos, foi mesmo o 2º.

Em 1984, no Europeu de França, a recuperar da nossa primeira queda, não tivemos nenhum jogador convocado, embora, logo a seguir, tenhamos contratado um dos presentes, o Guarda Redes Jorge Martins.

Em 1986, para o Campeonato do Mundo do México, fomos o 4º clube com mais jogadores convocados, três em 22: Jorge Martins, Sobrinho e José António. Só este último chegou a jogar, nos escassos três encontros que disputámos, mas tal mostrava um Belenenses, de Mário Rosa Freire, José da Silva, Carlos Silva e Henry Depireux, a reerguer a cabeça.

Depois, nas participações em Fases Finais dos Mundiais e Europeus de 1996, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2010, 2012, 2014, nem um jogador do Belenenses convocado. Triste…

Sobre a exibição de Vicente contra a Hungria, escreveu-se: “Uma das grandes exibições da equipa” (Aurélio Márcio no Diário Popular); “É de elementar justiça salientar os que realmente se distinguiram: Eusébio, Vicente e Carvalho” (Francisco Mata no Século). O nosso grande Vicente fez, pois, um excelente jogo, cabendo-lhe aliás marcar Bene, a grande vedeta da Hungria).

Mas, sobre este Mundial, em que a Selecção Portuguesa obteve a sua melhor classificação de sempre, ainda haveremos de voltar a falar…

JMA