Na década de 50, enquanto o Atletismo Feminino, com Georgete Duarte (46 títulos nacionais só à sua conta) continuava a somar Campeonatos Nacionais e de Lisboa consecutivos, no Sector Masculino, era Rui Ramos a cobrir de glória o Belenenses, sendo aliás, provavelmente, a figura maior do Atletismo Português de então.

Tendo obtido vários títulos, ao longo dos anos, no Salto em Comprimento e no Triplo Salto, Rui Ramos viveu em 1952 o seu ano de maior fulgor. Assim, nesta data, com a marca de 15,54m, ele pulverizava o Record Nacional do Triplo Salto por nada mais nada menos do que 78 centímetros!!! Esse registo constituía, nesse ano, o 2º melhor europeu e o 3º melhor mundial. Em todos os tempos, até então, era a 3ª melhor marca da Europa e a 18º do Mundo.

De tanta grandeza se revestiu o feito, que só 14 anos depois, em 1966, esse record foi batido e somente por escassos 7 centímetros. E foram precisos mais 8 anos para outros 2 centímetros serem acrescentados: 9 cm em 22 anos!

Neste mesmo ano, Rui Ramos participou nos Jogos Olímpicos de Helsínquia. O resultado ficou aquém do esperado mas, mesmo assim, obteve um magnífico 10º lugar. Na altura, para o nível do Atletismo português, era uma excelente e festejada classificação.

Dois anos depois, Rui Ramos participou nos Campeonatos Europeus, tendo chegado à final do Triplo Salto. Nesse mesmo ano, foi eleito o melhor atleta português pelo jornal “World Sports”.

Em 1956, aquando da inauguração do Estádio do Restelo, foi ele que transportou a gloriosa bandeira do Belenenses desde as Salésias, de onde foi solenemente arreada, até ao Restelo, onde com a mesma solenidade foi hasteada. Depois, no desfile dos 650 atletas azuis, lá ia ele, com Georgete Duarte, Augusto Silva, César de Matos e Joaquim de Almeida, a ladear o nosso porta-bandeira, nem mais nem menos do que Francisco José Pereira, um dos fundadores do clube, e irmão de Artur José…

JMA