Chegado à última jornada já com o campeonato assegurado, e sem derrotas, o Benfica, naturalmente, preparou festa rija no Estádio da Luz. Entre outras coisas, preparara umas faixas com a inscrição “campeão invicto”.

Só que o adversário era o Belenenses. E o Belenenses de então, era um grande Belenenses. Numa pequena “desforra” do drama de 1955, a nossa equipa manchou a festa encarnada, vencendo por 2-1. As faixas do nosso adversário tiveram que aguardar melhor ocasião.

A vitória teve ainda mais mérito porque o Benfica esteve a ganhar, com um golo marcado aos 35 minutos por José Augusto, um dos jogadores lendários dos “encarnados” e do futebol Português – cuja referência era… Mariano Amaro, um dos “imortais” do Belenenses. Aos 43 minutos, entretanto, surgiu o empate: Estevão entra pela esquerda, faz o cruzamento, Matateu e Tonho fazem-se à bola, com o último a atirá-la para a baliza. O defesa benfiquista Artur salva sobre a linha de golo mas a bola embate no seu companheiro Mário João e entra na baliza. Na 2ª parte, o Belenenses partiu para a vitória e fez o 2-1 final aos 65 minutos. O golo foi marcado por Tonho, de cabeça, na sequência de um canto marcado por Matateu.

A nossa equipa, nesta jornada brilhante, alinhou do seguinte modo:

José Pereira; Rosendo e Moreira; Vicente, Pires e Castro; Tonho, Carvalho, Yaúca, Matateu e Estevão.

O Belenenses ficou em 3º lugar no Campeonato. No entanto, essa época, que começara com a alegria de uma vitória na Taça de Honra da A.DF. Lisboa (com bons triunfos sobre o Benfica e o Sporting) culminaria em beleza para nós, com a conquista da Taça de Portugal, arrebatada, na final, ao Sporting. Ainda nesse ano de 1960, viria nova alegria, com mais uma Taça de Honra, condimentada com um triunfo 5-0 sobre o Benfica (de todos estes factos falaremos em apontamentos futuros). Foram meses de muitas alegrias para os adeptos azuis!

JMA