A cumprir a segunda época ao serviço da nossa equipa, o jovem pivot Bruno Martins, de 22 anos, foi o jogador em maior destaque do primeiro jogo do Campeonato Nacional, ao apontar um hat-trick.
Foste o destaque da primeira jornada do campeonato, pelos três golos apontados. Como te sentes?
Sinto-me feliz, muito feliz. Mas principalmente pela nossa equipa ter ganho. Era muito importante entrar no campeonato a ganhar e estamos todos de parabéns por isso mesmo.
Mas acabas por destacar-te pelo hat-trick…
Os golos no futsal são sempre obra do coletivo. Mesmo que se finte os cinco adversários e se marque golo, isso é resultado do trabalho colectivo feito durante a semana. Por isso os golos são partilhados com todo o grupo de trabalho. Mas obviamente que me sinto feliz, pela minha estreia na I Divisão ter sido desta forma e com uma vitória destas.
O que tem de especial?
É especial por ter sido diante do Boavista. Soube-me melhor pela forma como fomos tratados no ano passado no primeiro jogo da final do campeonato, por ter sido perante o nosso público que nos ajudou imenso, por ser a primeira vitória neste campeonato com um grupo de trabalho com muita juventude mas com muito valor e finalmente por ter sido o meu primeiro jogo na Iª Divisão e com a responsabilidade de defender o nome do Belenenses/El Pozo.
Até que ponto foi importante o apoio dos adeptos?
Foi muito importante. Foi um jogo de muito sacrifício, pois o jogo nem sempre correu bem e mesmo nessas alturas menos boas escutámos palmas e palavras de apoio por parte do público. Para mim isso foi muito importante. Há uns anos atrás, quando era miúdo, vim ver um jogo aqui ao Restelo, e olhava para a outra bancada (a bancada dos sócios do Belenenses) que estava cheia e quase levavam os jogadores ao colo. Abraçavam-se e cantavam sem parar. Foi impressionante e marcou-me muito. Nessa altura pensei que seria um sonho jogar aqui. Nem eu pensava que anos mais tarde estaria aqui, com esta camisola vestida.
A tua história é um pouco um conto de fadas
Ou da Gata Borralheira (risos)… … um pouco isso.
Eu jogava num clube dos distritais de Lisboa, no Manjoeira, e de repente estava a jogar no grande Belenenses. Durante um tempo isso parecia um pouco irreal, eu e mais dois companheiros e amigos de infância, o Vando e o Osvaldo, estávamos a viver um sonho pelo qual tanto sonhávamos. Os responsáveis do Belenenses decidiram dar-me a oportunidade de ser alguém e eu lutei por ela e penso que correspondi. Fiz parte de um grupo maravilhoso que recolocou o clube na Iª Divisão e penso que ganhei o direito de aqui continuar. Era também essa a minha vontade.
A responsabilidade de jogar no Belenenses/ElPozo é grande…
Claro que é. Mas a satisfação é ainda maior e penso que supera toda a pressão e o peso da camisola. Eu por mim não o sinto. Adoro jogar aqui e gostava que o clube pudesse voltar a ter condições de ter uma equipa profissional para que eu possa jogar aqui toda a minha carreira. Mas para já, o que tenho que fazer é seguir as indicaões dadas pelo mister Teixeira e pelos responsáveis, para que possa evoluir cada vez mais e aprender tudo aquilo que ainda me falta. O que me interessa é que a equipa ganhe muitos jogos, de preferência todos, de forma a que consigamos atingir o objetivo da permanência o mais rápido possível. Eu sinceramente penso que é possível algo mais do que a manutenção mas vamos ver… um jogo de cada vez.
A veia goleadora é para manter?
Seria bom, mas sinceramente não é o mais importante. Somos 16 jogadores de muita qualidade, não me importa quem marque desde que a equipa ganhe e eu fico feliz se puder continuar a ajudar a equipa, nem que seja à baliza… (risos). O que importa é ganhar, como aconteceu esta semana, e merecemos esse prémio, visto que trabalhamos muito durante toda a semana para que a vitória aconteça e continue a acontecer. É esse o meu pensamento.
Fonte: site oficial do Futsal do Belenenses