Nascido em 24 de Setembro de 1935, é, talvez, a maior lenda viva do Belenenses. Além da grande carreira que teve, e da ininterrupta ligação ao Belenenses, desde 1954 até hoje, é irmão do grande Matateu.
No Belenenses conquistou aliás, os mesmos títulos que o seu irmão. Foi ele, como capitão de equipa, que recebeu e ergueu a Taça de Portugal de 1960.
Chegou a Portugal no início da época de 54/55, graças à intervenção de grandes belenenses radicados em Moçambique, como o Capitão Francisco Soares da Cunha. Estreou-se na festa de despedida de Feliciano (um dos campeões de 1946), marcando logo um golo ao FC Porto. De resto, em Moçambique jogava a avançado; mas, em Portugal e no Belenenses, fixou-se como médio e, depois, como defesa.
Jogador fino e elegante, sempre correto, era, porém, de eficácia tremenda na marcação a jogadores adversários de pendor atacante. Ficou lendário por ter sido de todos os jogadores do mundo, o que melhor marcava o maior futebolista de todos os tempos, o brasileiro Pelé – fato reconhecido por este, que lhe tributava a maior admiração, expressa várias vezes. Isso mesmo aconteceu no Mundial de 1966, onde, juntamente com José Perreira, foi um dos nossos jogadores ao serviço da Selecção de Portugal. Na altura, o jornal Inglês Daily Mail elegeu-o o defesa mais elegante do mundo. Envergou a camisola das quinas por 20 vezes.
Em pleno apogeu da sua carreira individual, logo após o Mundial de 1966, sofreu um acidente de viação que lhe afetou gravemente um dos olhos, obrigando-o a pôr prematuramente termo à carreira. Pouco tempo depois, em 22 de Janeiro de 1967, foi alvo de uma homenagem ímpar: teve lugar em todos os campos onde se jogou, então, uma jornada dos Campeonatos Portugueses.
Desde então para cá, permaneceu sempre ligado ao Belenenses. No ano do seu 78º aniversário o clube irá homenageá-lo com a atribuição do seu nome ao campo de futebol nº 4 do nosso Complexo Desportivo.
Parabéns Grande Vicente.