Caros Associados,

Senti, neste momento, face à evolução de uma situação com a qual fui confrontado muito recentemente, a necessidade de prestar alguns esclarecimentos aos sócios e de ter colocado, ainda na passada sexta-feira, dia 17 de maio, uma questão séria, urgente e decisiva ao Presidente e à Direcção do Clube.

Como é sabido, foi-me apresentada uma carta com o pedido de demissão do Senhor Presidente da Direcção e a vacatura desse Órgão, com a garantia de assumirem a gestão do CFB até à tomada de posse da nova Direcção a eleger.

O pressuposto desse pedido era o de provocar eleições para o período até Outubro de 2017, confirmando na entrevista que o Senhor Presidente deu logo a seguir ao Jornal Record, por forma a assegurar a continuidade do Órgão e das pessoas que o integram durante todo o período, largo, em que decorrerão negociações ligadas com o projecto previsto para o Complexo do Restelo, sem que haja mudanças de interlocutores por parte da Direcção do CFB, com vantagens negociais para o Clube.

Tendo tido dúvidas na interpretação do artigo 49º, nº9 dos Estatutos, contactei alguns sócios que integraram a última Comissão de Redacção dos Estatutos e ouvi o seu parecer avisado. Foram da opinião que as eleições deveriam ser convocadas até Outubro de 2014 acrescido o prazo em mais um mandato, até Outubro de 2017.

Já depois de ter procedido à convocatória, algumas dessas pessoas mudaram de opinião e vim a receber outras, também, negativas, de advogados / juristas que fizeram o favor de se me dirigir, o que levou a que, prudentemente, tenha procedido à desconvocatória da AG marcada para 13 de Julho.

Nesta altura, dada a evolução da situação e dado que os prossupostos que levaram o Senhor Presidente a apresentar a demissão estão alterados, entendi dever solicitar ao Senhor Presidente e à Direcção, na sexta-feira passada, como já referi, que pudessem reflectir, decidir e me comunicar com urgência se retirariam ou manteriam o pedido de demissão formulado nas circunstâncias anteriores.

A urgência que pedi deve-se ao facto de, a manter-se o pedido de demissão, ter que convocar com brevidade as eleições até final do mandato e não poder convocar a AG prevista para 29 de Maio sobre o orçamento, uma vez que a Direcção está em mera gestão por força da vacatura originada pela demissão do seu Presidente.

Aguardei a comunicação e, ontem, mesmo dia 18 de Maio, recebi uma resposta escrita do Presidente da Direcção afirmando que mantinha o pedido de demissão. Como última tentativa, realizamos uma reunião dos três Presidentes dos Órgãos Sociais, pelas 15 horas, tendo prevalecido a demissão do Presidente e a vacatura do Órgão Direcção permanecendo a afirmação dos Presidentes do Conselho fiscal e Disciplinar e da MAG que não tinham razões para quebrar o compromisso assumido no acto eleitoral que os elegeu e que cumprirão aos seus mandatos até Outubro de 2014.

Nestes termos, não me restou outra alternativa que não fosse a convocação de eleições apenas para a Direcção, até ao final do mandato em curso e que terminará em Outubro de 2014, o que concretizei em convocatória que remeti hoje ao Clube.

Saudações azuis

Lisboa, 19 de Maio de 2013

Carlos Pereira Martins

Presidente da Mesa da Assembleia Geral